quinta-feira, novembro 18, 2010

conto um conto para você, minha cara Izabela.

O sol estava com preguiça de aparecer. Deixou as nuvens tomarem conta do céu, com seus flocos de algodão doce.

Maria assistia o acontecimento deitada no jardim dos girassois da vó materna Dona Ruth. Enquanto a avó preparava suco de caju e fritava bolinhos de chuva, Maria ficava desenhando no céu um urso, uma casa e até seu cachorro Dorival apareceu.

A menina de sete anos, estava com um vestido vermelho de bolinhas brancas. No cabelo ruivo, fitas vermelhas. Nos pés, sapatos de bonecas pretos. Para não fechar os olhos ao olhar para o céu usava os óculos escuros redondos da avó.

Dorival estava com ela, e corria para cada flor e enfiava o nariz em cada flor de girassol. Ficou com o nariz amarelo, amarelinho dos pólens e a cada espirrada jorrava ventos de pólem pelo jardim.

O sol continuava com a preguiça, as nuvens passeavam pelo céu e novas pinturas eram imaginadas pela pequena Maria.

Até a pausa para o lanche e a soneca da tarde.

- Vó! disse Maria coçando o pequeno olho enquanto se dirigia ao quarto.
- Diz minha neta.
- Me acorde quando o sol acordar da preguiça dele, tá bem?
Dona Ruth, riu e concordou com a cabeça e dando lhe um beijo na bochecha.

Dorival ficou deitado em cima do tapete da porta da cozinha, em frente ao jardim, atento ao despertar do preguiçoso sol.

assim termino o conto, um conto que conto para você e se quiser depois do sol dormir posso contar mais um.

terça-feira, março 16, 2010

saudades das letras,
de escrevê-las em um papel branco.
jogá-las e depois brincar em achar formas e significados

posso começar com Bola. Vejo o acento agudo que está no canto da folha e coloco em seu lugar o B a palavra vira um cumprimento Olá. Volto com o acento para o seu lugar estou com o B de novo, deixo o L perto do A, pego o T que está em embolado com outro T e surge a palavra Bota. Vejo o La, tiro o O para contar com outras vogais, mando o T para todos e ao juntar outro A...
- Mamâe, formou Bala. Posso imaginar que é bala de morango?

Guardei as letras em uma caixa amarela e de mãos dadas, Clara e eu fomos buscar balas coloridas na padaria da esquina.

sexta-feira, janeiro 23, 2009

quando conheci a porta do céu entendi o porquê do nome...

ao passar por ela você está em cima do Grande Teatro do Palácio das Artes. O palco lá embaixo, em silêncio... um silêncio maravilhoso
morro de medo de fantasma... mas queria um artista-fantasma do meu lado para contar o que viu e o que vê nos bastidores do Grande Teatro.

Sonho realizado... agora espero outros

quarta-feira, janeiro 21, 2009

preciso de um sorriso seu. coloque dentro da caixa azul de nuvens. vai ficar do lado da minha cama. dormir com seu sorriso. acordar com seu sorriso.
mas por favor, passe por aqui para me dar um abraço. colocar um de seus sorrisos que ficou comigo para passearmos pelo jardim das margaridas.

terça-feira, dezembro 02, 2008

Em frente a casa do pequeno leitor Antônio, encontra-se a livraria do seu José. Nas estantes de madeira da livraria de tijolo laranja, mora livros de todos os gostos.
Antônio leu a coleção toda do Sítio do Picapau Amarelo, do Monteiro Lobato. E se vê parecido com o Visconde de Sabugosa, boneco feito de sabugo de milho, um sábio e a sabedoria dele veio ao conhecer, ler todos os livros da estante da biblioteca de Dona Benta.
- Seu José, seu José - gritava animado o menino.
- Posso fazer um Visconde de Sabugosa pra mim?

- Antônio, quem sabe o segredo de tranformar um milho em gente é Tia Anastácia.
- Eu sei, né Seu José, e sei também que li e reli todas as receitas que ela prepara nos livros, mas esse não encontrei.
- Mas para quê você quer o Visconde?

- Porque estou virando um sábio que nem ele, todos os dias depois da escola, venho aqui, sento no chão de tijolos e leio tudo que tem na estante. E tem alguns que não entendo. Já que ele aprendeu tanto na biblioteca da Dona Benta, pensei se ele poderia me ajudar aqui também.

- Ô Antônio não serve um senhor já de cabelos brancos que há 30 anos juntou todos os livros que tinha em casa e montou uma livraria. Não esqueço de nenhuma palavra escrita em cada um desses livros.
- Pega sua cartola, Seu José e coloca todos os livros em volta da gente. Mas, só não vou te chamar para as minhas aventuras de férias, porque Tia Nastácia não está aqui para preparar outro Seu José pra mim. Conta tudo que está nos livros que depois te conto tudo das minhas aventuras, pode ser?

- Vou adorar!

quarta-feira, novembro 19, 2008

Choros na primeira semana de novembro. Dos cabelos pretos, olhos castanhos, nasce ela. Sem nome, mas que o papai logo descobriu ao voltar para casa, pegar algumas roupas para a mãe, o nome saiu de uma música cantada por Frank Sinatra... daquele LP que ganhou de presente. Um nome: "Laura". Volta para o hospital com o nome da mocinha pequena. "Apaixonei por Laura, será este o nome", diz o pai para a mãe. Dizem que ela sorriu ao escutar o seu nome. Dos cabelos louros e encaracolados, para sempre, Laura.

terça-feira, setembro 30, 2008

Tudo aconteceu assim, de um jeito simples, um beijo para a felicidade de Diana e Arthur.

Foi naquela floresta das flores roxas penduradas nos braços abertos das árvores-sorrisos. Elas esperam o vento levar as folhas velhas que formam tapetes amarelos na terra.

Dizem que por lá vivem fadas e gnomos com vontade de apaixonar alguém.

Diana e Arthur queriam isso, mas se achavam novos e timidos, para encontrar o amor.

Seus pais diziam que tinham muito que aprender - escola, família, trabalho - antes de trocar palavras e entrelaçarem as mãos.

Mas eles queriam conhecer. Diana, uma vez, escutou a prima mais velha dizer que pode escutar sininhos... outra disse que pode ver estrelas... e um círculo de fadas e gnomos festejando o beijo.

Mais alguns passos, eles estavam dentro da floresta coberta por uma névoa que escondia o sol, mas não os cheiros das flores.

Sentiam ventos-abraços e movimentos de folhas, ouviam cochichos gostosos, cochichos para sentirem o que é a felicidade.

Arthur pegou a mão da Diana e lhe deu um beijo. Como resposta Diana o beijou com felicidade.

Assim dançaram no ar... perto das árvores-sorrisos, ao som de trompetes, sininhos, e a benção da lua e das estrelas.